Ainda que se recomenda vacinar unicamente com os alergénios que realmente nos produzem alergia, há pessoas que podem ter alergia a várias substâncias. Nos últimos anos desenvolveram-se novas vacinas nas quais se pode incluir mais de um alergénio na dose total, sendo igualmente eficazes. Isto permite reduzir as administrações e melhorar o cumprimento sem colocar em causa a eficácia.
John F. Kennedy, um dos presidentes dos EUA que mais marcou a história, contava com um extenso historial médico, apesar da sua vida curta. Apresentava doenças autoimunes como Doença de Addison e hipotiroidismo, também apresentava alergia a ácaros, cavalos e cães.
Ainda que durante muitos anos o tratamento da alergia alimentar consistia em evitar o alimento em questão, nos últimos anos desenvolveram-se protocolos de imunoterapia oral específica a alimentos que tentam favorecer o prognóstico e aumentar a taxa de desenvolvimento de tolerância específica. Existe cada vez mais experiência com alimentos como o leite, ovo, amendoim, pêssego, trigo, peixe.
O stress e a alergia respiratória estão muito ligados, de modo que se nos treinamos para controlar o stress, obteremos um benefício relativamente aos sintomas de asma.
Nas vacinas para a alergia subcutâneas colocam-se doses crescentes em função de como tolera o paciente. Iniciam-se com doses baixas que se vão aumentando segundo a tolerância. No passado estas pautas de início duravam várias semanas, o que obrigava a recorrer a Unidades de Imunoterapia e realizar administração de dose semanalmente. Atualmente existem produtos que se toleram muito melhor e permitem alcançar a dose de manutenção num único dia, poupando assim as idas ao Hospital e as administrações de vacina.
A mesma substância que segregamos de forma natural num estado de alerta máximo ou de ação pode ser necessária perante uma anafilaxia. Num caso assim, a adrenalina é injetada na pessoa afetada para manter o corpo alerta perante uma situação de risco.
Sabendo que a medicina tradicional chinesa esteve sempre um passo à frente no que diz respeito às plantas e seus efeitos, não é de estranhar que alguns dos quadros representem imperadores chineses a mastigar efedrina, conhecida pelos seus efeitos broncodilatadores e descongestionantes. Não obstante, também se conhece pelos seus efeitos estimulantes.
O termo “anafilaxia” apareceu em 1902, quando o investigador francês Charles Ritcher e o seu colaborador Paul Portier demonstraram que uma vacina podia ter um efeito protetor, mas que em alguns dos casos podia dar-se o contrário ( em grego “anafilaxia” significa “sem proteção”). Com o objetivo de experimentar uma nova vacina, estes investigadores injetaram doses baixas de toxinas de medusa a cães, mas da segunda vez que os cães entraram em contato com a mesma substância produziu-se uma reação fatal no momento, um choque anafilático.
Ainda que Ritcher e Porter tenham dado o nome ao choque anafilático, resulta que no túmulo do faraó egípcio Menes apareciam hieróglifos descrevendo-o, visto que a causa da morte do faraó foi um choque anafilático consequência de uma picada de vespa. E isto sucedeu antes de 2500 a.C.!
O motivo foi a descoberta da estrutura química e do mecanismo de ação das imunoglobulinas, anticorpos implicados nas reações alérgicas. Foi levado a cabo por Rodney R. Porter e Gerald M. Portman, investigadores e professores que exerceram a sua carreira nos EUA.
